terça-feira, 21 de março de 2017

peDRa dO ELeFaNte - 26/11/16

Saí da Pedra da Tartaruga completamente vislumbrada com uma natureza que sempre soube que fazia parte de mim, que estava logo ali quietinha e distante, me esperando. Sábia natureza! Como toda mãe, sabia que a boa filha retornaria à casa! Então, com a promessa de voltar lá mensalmente, resolvi voltar! Mas me lembrei da dica da amiga louca irmã (ela sempre estará nas minhas postagens!!!), e resolvi que faria algo diferente dessa vez! Parti rumo à Pedra do Elefante achando que seria uma trilha turística como a primeira!
Cheguei ao mirante do Soberbo, lugar lindíssimo como tantos outros dessa cidade fantástica, e me informei com o vendedor de água de coco aonde era a entrada pra Pedra do Elefante....e ele, tranquilamente (muito tranquilo mesmo, mesmo tendo me visto sozinha), apontou displicentemente o dedo pra direita e disse: "logo ali, depois daquela placa marrom".
Tá bom, né? Lá fui eu muito displicente rumo ao elefante! E...uauuuu....uauuuu...u..auuuuu! Comecei a subida...bem subida mesmo, cheia de coragem nas pernas e na alma! E rapidinho percebi que Tartaruga e Elefante são coisas bemmmmmmmmmm diferentes! Mas foi nessa trilha que nasceu a ideia de escrever! Foi nessa trilha que nasceu o tema "metáforas da vida"!!! E ao chegar em casa, escrevi o primeiro texto...e vou transcrevê-lo originalmente aqui. Porque ele é um retrato escrito do que eu AINDA ERA antes do meu completo renascimento: uma pessoa pesada, densa, complexa! Caraca.... aonde eu deixei minha leveza e alegria por tantos anos? Enfim....gratidão à Pedra do Elefante (que eu aconselho não ser feita sozinha...eu mesma não cheguei ao cume e claro, voltarei lá... muitas vezes) que me abriu os olhos do coração e da alma pra que esse blog acontecesse!

TEXTO ORIGINAL, ESCRITO NO DIA DA TRILHA!

METÁFORA DA VIDA

Resolvi fazer uma trilha. Uma trilha desconhecida pra mim. Mas como recentemente havia feito uma trilha bem tranqüila, fui sem medo. E sozinha!
Ao chegar no local, tinha que parar o carro a uma certa distância da entrada. Perguntei a um vendedor de água de coco aonde era e ele me indicou o caminho. E só. Nenhum tipo de informação extra. E lá fui eu, meu fone de ouvido e minha garrafinha de água.
Entrei na trilha e, de imediato, deparei-me com umas escadas. Lembrando que eu estava no meio do mato! O que significa que eram degraus de  terra e madeira...e muito mato em volta. Amei. A natureza tem o poder de reenergizar e sua beleza tem o poder de alimentar minha alma! Comecei a subida, e terminados os 10 primeiros degraus, já sentia a dor nas pernas. Percebi que não seria assim tão fácil. Mas estava tão à vontade com aquele lugar, e tão segura, que decidi seguir... e o caminho não parava de subir. Comecei a achar um pouco trilha demais. Bem estreita e bem trilha. Muito diferente da outra que tinha feito. Mas não tive medo. Como disse, estava muito segura. E me mantive no caminho!
E foi então que entrei numa espécie de transe. E tanta coisa foi fazendo sentido pra mim...
Eram muitos obstáculos. Muitos obstáculos. Degraus altos, irregulares e estreitos, locais difíceis de pisar. Outros trechos bem molhados e escorregadios. Mato, troncos e mosquitos. E muitos deixaram suas marcas em mim!!! Ainda assim, não pensei em desistir, porque em cada um desses obstáculos, percebi que encontrava um apoio: um tronco, um cipó, uma pedra. Algo onde me apoiar e....vencer....um de cada vez, os empecilhos que surgiam.
Não pensei mesmo em desistir em momento algum. Não errei o caminho nenhuma vez, apesar de ficar em dúvida em vários momentos. O próprio  caminho me mostrava por onde seguir...e segui em frente, um passo de cada vez. Sorrindo com o rosto e com a alma! Quanto sentido a vida mostrava pra mim!
Percebi que precisava respeitar minhas limitações, avaliar os riscos de cada passo que daria, planejar rapidamente onde me apoiar. Estava imersa numa selva, sozinha, e só havia percebido isso quando os riscos foram surgindo. Mas ao mesmo tempo, percebi que aquela mesma selva que podia me machucar, e com certeza machucou, me dava também todo o suporte que eu precisava pra alcançar meu objetivo. Eu só precisava estar atenta, serena, receptiva, tranqüila. Não importava o tempo que levaria, tinha ali tudo que eu precisava pra chegar aonde havia planejado. E só dependia de mim. Exclusivamente de mim.
Cheguei. Cheguei aonde queria. Emocionei-me, chorei de alegria! Chorei de emoção! Chorei de vitória! Chorei de superação! Agradeci muito pela conquista. Mas agradeci ainda mais pela aprendizagem. Tantas reflexões me fizeram perceber a vida. Meus caminhos, minhas escolhas, meu momento, meus objetivos. Fizeram-me perceber quão selvagem é a caminhada, mas quanto apoio eu encontro e não percebo por estar imersa na ansiedade, na insegurança, no medo, na tristeza, na dúvida... sentimentos tão negativos que tenho permitido fazer parte dos meus dias simplesmente por fraquejar diante de pequenos obstáculos necessários pra minha evolução.
É... caminhar pela vida é uma trilha selvagem sim. Mas somos capazes de atingir nossos objetivos porque todas as ferramentas nos são oferecidas. Não encontrá-las no percurso, é uma responsabilidade exclusivamente nossa.  E isso, muitas vezes nos faz regredir um pouco pra aprender e entender o que faltou, reavaliar e replanejar com mais sabedoria e, com mais maturidade. O caminho é um só. O que muda é a maneira como olhamos pra ele e o modo como decidimos trilhá-lo. Em frente, sempre, com cautela e sabedoria nas (novas) escolhas que fazemos.
Hora de voltar. E mais transe me acontece! Que maravilha a natureza faz comigo! Permitir-me estar com a  alma em silêncio é uma bênção! Estar imersa comigo mesma colocou minha alma em contato com o universo e libertou algumas amarras que me prendiam a questões tão simples.
Hora de voltar. O caminho de volta é mais fácil. Exige outros esforços, mas muitos dos obstáculos já me são familiares. Já tenho idéia de onde pisar. Já sei que tenho apoio em cada dificuldade. Tenho mais segurança. Nenhum medo de me perder. Nenhum medo de me machucar. Mas o planejamento, a avaliação dos riscos, o cuidado, a atenção...ahhh...tudo isso se mantém necessário. Mesmo conhecendo um pouco mais dessa trilha maravilhosa, ainda não sei tudo sobre ela! Posso ser surpreendida. Posso ter complicações. Mas o importante é que agora sei que, de fato, não estou sozinha! Tudo o que preciso está ali pra me conduzir outra vez ao meu objetivo. E que, só depende mesmo de mim perceber, tudo ao meu redor, com os olhos da alma. Uma alma mais leve agora. Uma alma engrandecida pela gratidão de ter tido a oportunidade de expandir!
A aprendizagem é constante. O crescimento também. Evolução em andamento. E muita gratidão ao universo por me oferecer todas as respostas...e todas as perguntas também!

Link das imagens...poucas, já que não cheguei ao cume e a vista do Dedo de Deus estava coberta por neblina!


3 comentários:

  1. Amei, Bia!
    Viajei com você nos degraus e obstáculos. A metáfora é perfeita! Bora trilhar! Boas lonjuras, Ana!

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  2. Você é minha mentora literária! Minha guia nas letras!!! Gratidão enorme por estar por aqui!!!! :)

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    1. Imagina! Estamos nesse caminho juntas, aprendendo o tempo todo.
      Beijo grande e torcida muita.

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